sábado, 6 de junho de 2009

Será querer igual a poder?

A probabilidade de acertar do impossível, foi hoje alcançada, com um simples gesto, teclar, derivado de uma vontade extraordinária, de relacionar o interseccionar e o querer com o poder!
Queria aquilo, e contra todas as probabilidades, fui multiplicando, probabilidade a probabilidade, uma escolha aleatória de um computador, que se revela o furtivo desespero e a concretização da minha vontade.

(Blimunda apoiou-me...!)

terça-feira, 2 de junho de 2009

Um Planeta de Necessidades. Um Homem de Desejos. Quem Ordena?


Todos os dias, milhões de pessoas acordam na civilização ocidental, no suposto mundo da riqueza, da fartura, da felicidade. Um mundo que parece não ter problemas. Mas afinal, que problemas nos afectam directamente? Tantos e tantos problemas nos afectam, hoje, directa ou indirectamente. É impossível negá-los. A nossa condição de humanos, e como tal de dependentes, confere-nos uma extraordinária capacidade de reclamar, não querendo dizer que não tenhamos razão em imensos pedidos que bradamos – afinal, se não nos queixarmos de fome e não comermos, ou tivermos sede e não bebermos, poderemos estar a pôr em risco a nossa saúde e morrermos.
A reflexão sobre aquilo que pode ser considerado ou não problema, vai na ordem daquilo que pensamos ser o necessário e a mistura com os desejos e necessidades de terceira, ou até segunda ordem. Que necessito eu? Que desejo? Haverá intersecção entre os termos referidos?
Certo é, no campo da alimentação, que se não comemos, morremos! Mas penso sempre: que necessito ou desejo eu? Necessito de comer, mas aquilo que desejo, sinceramente, é suponhamos, uma feijoada de marisco. É legitimo desejar, talvez não seja tão legítimo e ético, fazer de todos os meus desejos concretizações possíveis. Já diziam os nossos avós: “Vocês agora estão muito mal habituados! Têm tudo o que querem!”. Em parte, pode-se concordar, mas por outro lado, não ambiciono os antigos tempos de trabalho de sol a sol, pois não era de igual modo ético, e entrava no domínio da escravatura.
Sem dúvida, que hoje a situação é mesmo inversa. Para se ter alguma coisa não há esforço, tudo parece pré-existir! As empresas ganham tanto mais, quanto adivinharem o que o cliente deseja, antes mesmo de ele poder verbalizar o que poderia pretender.
A palavra esforço parece estar em desuso, ou melhor, para uns não se esforçarem, outros certamente estão literalmente a esfolar-se, para que nós tenhamos a mesa farta, sem conseguirmos realmente supor que esses “alguéns”, que nós nem queremos considerar escravos, existem!
Supor esses “alguéns”, não é uma referência exclusiva aos humanos dos supostos mundos inexistentes, ou já erradicados. É também uma referência ao planeta, que “coitado”, vai tentando satisfazer as necessidades dos súbditos. Dos tais, da espécie pensante, que pensam não em preservar esse velhote, redondo e gigante; mas antes em massacrá-lo até ao tutano. Digamos que ele, vai tentando satisfazer tudo, mas os problemas de coluna vão pesando com tão pesado fardo, e tudo isso deixa sequelas – hérnias discais não lhe faltam. Essas concretizam-se em alterações climáticas que só afectam os supostos súbditos, e esses sim, cada vez mais, vão-se assustando com as hérnias do planeta. Afinal, esses, é que estão em risco. Quando a hérnia se tornar insuportável, os súbditos serão sacudidos do velho planeta e então, poderá ser o fim. A nosso ver, seria interessante tentar atenuar o peso da carga do velhote mundo, para que ele vá tentando aguentar pelo menos mais umas gerações.
Pior mesmo, é não serem só hérnias! São tantos e tantos problemas, que até parece incrível pensar em numerá-los em apenas quatro páginas.
Pensando realmente em como tentar atenuar os problemas desse velho planeta, proporíamos visões metamorfoseadas, recorrendo a dois tipos de novas visões utópicas, mas talvez alcançáveis, caso haja o tal esforço de pensamento, de tentar mudar, de fazer diferente, de ser coerente e ético, de melhorar esse velho, que de tanta ajuda precisa, não esquecendo que nós, apesar de o querermos omitir, dependemos das suas insondáveis capacidades.
Recorrendo então às ideologias de Kafka, sobre como um dia acordarmos despertos em diferentes situações, proporíamos dois despertares:
1. O dia em que as mentes mudam, e tudo se debruça no pensamento ético para com o planeta Terra.
2. O dia em que as energias renováveis se tornam dominantes.
Despertar 1
“A euforia está instalada! Hoje, todos os humanos, incluindo-me, acordaram com uma dor de cabeça forte, sem causa aparente, mas que parece ter aberto uma fenda nas mentes. Uma fenda na consciência! Então não é, que hoje o movimento às gasolineiras desceu brutalmente e viram-se milhares de pessoas a fazerem os seus movimentos pendulares, com novos meios de transporte, até então utilizadas para contextos mais restritos como a bicicleta. É mesmo interessante ouvir o noticiário e reparar que tudo está diferente: as estradas menos congestionadas, o ar mais respirável, mas subsiste um problema. Os meios de transporte públicos continuam a não conseguir comportar dias como este, e essas são algumas das reclamações feitas, pelos utilizadores.
Há quem diga, que se esta situação de mudança substancial das mentes poderá traduzir-se numa revolução, visto que tanto e tanto, necessita ainda de ser melhorado, e o que até então existia para melhorar o ambiente, ainda está muito prematuro. Existem novos candidatos, tudo parece diferente! É uma loucura que ninguém consegue prever.
A juntar a tudo isto, conseguimos ainda constatar que as buscas na Internet acerca deste tema, fizeram bloquear imensos sites da especialidade. Também o comércio especializado, sentiu hoje um forte aumento de vendas, e imensos produtos esgotaram-se em poucas horas. Diversos comerciantes confessaram que hoje foi talvez o dia com mais movimento, na história das suas empresas.
Interessante ainda, foi ver que as pessoas hoje discutiam os problemas da saúde do planeta na rua! As pessoas exaltavam-se, trocavam opiniões acesas. Nunca antes se tinha visto tal coisa!
É realmente primordial, que estas coisas se falem e que os governos e entidades superiores tomem este tema, como insubstituível para a continuação não das economias, mas da própria espécie, que vai cada vez mais sendo ameaçada, pois “colhe, aquilo que planta”! É também importante que os particulares sejam também activos, na medida em que o sucesso das medidas governamentais, depende das famílias, que são um dos agentes económicos mais importantes.
A análise final será feita a longo prazo e dependerá muito das pessoas. Se continuarem passivas em relação aos problemas que pensam não as afectarem, poderão ser mesmo as mais afectadas!”

Despertar 2
“Passeando vou eu pela rua e algo está diferente! Os carros já não deitam aquele fumo horrível cujo cheiro e cor me incomodavam. Vou na calçada da minha cidade e deparo-me com um cheiro agradável no ar, sinto a harmonia da natureza, respiro livremente. Tão estranha que está a minha cidade de há uns tempos para cá. Constato, realmente, que o poder tem feito algo para melhorar a situação do nosso planeta, que apesar de problemática, parece indo aos poucos normalizando-se.
Continuo a minha viagem no meu novo automóvel completamente eléctrico, e por montes e vales vou passando. Tantos aerogeradores, tantos parques eólicos. Ainda no outro dia fui também à praia e deparei-me com um sistema de produção de energia de ondas e até, com uma central de dessalinização de água.
Coisas que realmente mudaram, parecem traduzir-se agora em melhorias significativas na vida das pessoas. Os problemas de saúde pública causados por poluição estão a erradicar-se. O preço dos combustíveis fósseis têm descido consideravelmente, e o Estado tem a ajudado as empresas da área, a recomporem-se com novos produtos, menos poluentes e mesmo assim de utilidade.
Agora sim, olho em meu redor e me apercebo como afinal tudo está diferente. É estranha esta harmonia com a natureza, a forma como utilizamos os avanços tecnológicos, mas também a nossa criatividade, para que todas as inovações se enquadrem na paisagem. O esforço é realmente extraordinário. É brilhante termos equipamentos de produção de energia, que estão em comunhão com o meio em que se inserem.
Só agora, quando olhamos para trás, vemos que necessário foi, que muita coisa acontecesse. Para se mudar!
Tantos e tantos conflitos causados por desigualdades na distribuição da energia foram também motores para uma consciencialização da mudança. O monopólio energético conduziu realmente ao extremo e hoje, as coisas mudaram. A concorrência existe! Hoje, a busca de fontes e energias amigas do ambiente com concorrência leal, é uma realidade.”
______________
Conclusão:
A nossa tomada de decisão acerca de como resolver qualquer problema deve ser consciente e convicta. Quanto mais gente envolve uma decisão por nós tomada, é bom que tenhamos consciência do nosso acto. É importante, que se tenha em atenção ainda que, muitas vezes, não são apenas pessoas a serem afectadas. Também o nosso meio é afectado pelas nossas acções, e o que fazemos ao meio, afectar-nos-á também, quer queiramos, quer não.
Ser-se humano é então ter discernimento e pensar. Tentar fazer diferente é sempre uma capacidade que qualquer humano tem, no seu perfeito juízo. A sugestão que propomos, é tentar pôr em prática as metamorfoses acima referidas, tendo em conta que tomando o cenário primeiramente mencionado, poderemos a médio prazo, alcançar o segundo, pois uma abertura da consciência, tenderá para actos concretos, não esquecendo a necessidade de apoios e dinâmica dos poderes centrais.
Travar os problemas ambientais é algo apenas concretizável, com a adopção de novas ideologias, começando por cada um de nós, valorizando, por exemplo, mais este meio de transporte que aquele, equacionando as vantagens de um ou de outro. É de referir, que ser-se humano é ser-se ético e ter na mente a ideia de que outras gerações virão, e merecem gozar-se daquilo que nós conseguimos gozar, e não, levarem com os restos da nossa vida desregrada e inconsciente. Ser-se livre é utilizar a liberdade em consciência e não, apoderar-se da mesma para fazer tudo o que se quer. Ser-se livre é ter consciência de que o planeta precisa de ajuda, e que, por enquanto, ainda vamos tendo os braços disponíveis para o melhorar.

Cheiro

O teu cheiro vai-se,
A tua alma vai-se,
A minha cruel racionalidade emocional regressa,
e a sensação de perda por não sentir a intensidade do teu perfume,
vai-se,
desvanecendo,
como um perfume se vai,
numa noite de amor,
em que uma fragrância vai perdendo
força,
beleza,
mas deixando um rasto subtil e interessante de memórias,
não reprimidas,
mas antes vividas!

É assim a vivência espiritual de algo tão carnal e sensorial,
mas tão digno de recordação no mundo platónico das ideias!

Recordações povoam assim,
a minha mente que como delicado cheiro de um perfume,
se vai recordando,
também delicadamente,
da elegância e extraordinariedade
subtil do teu
Odor!